Benko (1999) conceitua região como sendo uma área geográfica que possibilita, simultaneamente, a descrição de fenômenos naturais e humanos, assim como a aplicação de políticas públicas. Pode-se criar regiões para diferentes tipos, como por exemplo, regiões naturais, por localização, por concentração de estabelecimentos comerciais e industriais, por aspectos culturais, políticos e econômicos, entre outros. Em diversos casos pode ser interessante dividir o espaço desta forma visto que se abrem possibilidades para melhor administração dos recursos naturais e humanos.
Partindo do princípio que a água é um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico, definiu-se que a bacia hidrográfica seria a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos. Bacia Hidrográfica é uma área onde toda chuva que cai, drena por riachos e rios secundários, para um mesmo rio principal, localizada num ponto mais baixo de paisagem sendo separada das outras Bacias por uma linha divisória denominada divisor de água.
A importância dessa divisão territorial em bacias está na Lei Estadual dos Recursos Hídricos que tem como um dos seus objetivos o planejamento e gerenciamento, de forma integrada, descentralizada e participativa, o uso múltiplo, controle, conservação, proteção e preservação dos recursos hídricos.
Refletindo as condições dominantes de semi-aridez, o Estado do Ceará possui uma área aproximada de 148.825 km² , sendo subdividido por 12 bacias hidrográficas, as quais agregam rios, riachos, lagoas e açudes em seus amplos aspectos, diante das políticas desenvolvidas na região.
Diante disso, selecionamos 5 bacias hidrográficas, que merecem destaque, tanto pela história como pela importância dentro do cenário que ocupam.
Fonte: IPECE
1. Bacia Hidrográfica Metropolitana:
Ocupando uma área de 15.085km², a região abriga o mais importante centro consumidor de água que é a Região Metropolitana de Fortaleza onde a disponibilidade hídrica tem sido insuficiente para o atendimento da população e para o suprimento de todas as atividades econômicas, necessitando importar água de outras bacias hidrográficas, principalmente as transposições Jaguaribe/RMF através do Canal do Trabalhador e do Eixo Castanhão/RMF. Esta bacia é composta por 31 municípios e apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de 1.325.344.000 m³, num total de 14 açudes públicos gerenciados pela COGERH.
2. Bacia Hidrográfica do Médio Jaguaribe:
Possui uma área de 10.376 km². Com um curso de aproximadamente 171 km de extensão compreendida entre a válvula do açude Orós e a ponte de Peixe Gordo, na BR-116. No intervalo entre esses dois pontos, mais especificamente em Jaguaribara, foi construído o açude Castanhão, que pereniza um trecho da bacia do médio e é, responsável pela perenização ao longo da Região Hidrográfica do Baixo Jaguaribe, até a foz do rio Jaguaribe. Esta bacia conta com 13 açudes monitorados pela COGERH, que possui uma capacidade de acumulação de 6.860.905.600 m3 de água. Nesta região estão inseridos 13 municípios.
3. Bacia Hidrográfica da Serra da Ibiapaba:
Esta unidade de planejamento para a gestão dos recursos hídricos do Ceará possui uma área de 5.987,75 km², compreendendo as redes de drenagem dos Rios Pejuaba, Arabê, Jaburu, Jacaraí, Catarina, Pirangi, Riacho da Volta, Riacho do Pinga e Inhuçu. Esta bacia é composta por 10 municípios e apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de 141.000.000 m³, num total de 01 açude monitorado pela COGERH.
4. Bacia Hidrográfica do Curu:
Tem uma área de drenagem de 8.534 km², correspondente a 5,76% do território cearense, sendo o seu principal afluente o rio Canindé, que se encontra na margem direita e drena praticamente todo quadrante sudoeste da bacia. É composta por 15 municípios e apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de 1.068.355.000 m³ num total de 13 açudes públicos gerenciados pela COGERH.
5. Bacia Hidrográfica do Litoral:
Tem uma área de drenagem de 8.472,77 km², correspondente a 6% do território cearense, engloba um conjunto de bacias independentes compreendidas entre as do Curu e Acaraú, variando de quase 155 km² (Riacho Zumbi) até 3.450 km² (Rio Aracatiaçu). Esta Bacia abrange, total ou parcialmente, 15 municípios e apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de 98.290.000 m³, num total de 10 açudes públicos gerenciados pela COGERH. Os lagos e as lagoas existentes na bacia do Litoral ocorrem principalmente devido a extensa faixa litorânea e pela predominância de um relevo muito suave e de baixa altitude.
Referências
BENKO, G. A ciência regional. Editora Celta. Oeiras, Portugal. 1999.
COGERH - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. Bacias Hidrográficas. 2018. Disponível em: <https://www.cogerh.com.br/bacias-hidrografica.html>. Acesso em: 13 mar. 2018.
COGERH - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. Comitê da Bacia Hidrográfica do Litoral. 2018. Disponível em: <https://www.cogerh.com.br/eixos-de-atuacao/gestao-participativa/comites-de-bacias-hidrograficas/comite-da-bacia-hidrografica-do-litoral.html>. Acesso em: 13 mar. 2018.
COGERH - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos.Comitê das Bacias Hidrográficas Metropolitanas. 2018. Disponível em: <https://www.cogerh.com.br/eixos-de-atuacao/gestao-participativa/comites-de-bacias-hidrograficas/comite-das-bacias-hidrograficas-metropolitanas.html>. Acesso em: 13 mar. 2018.
COGERH - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. Comitê de Bacia Hidrográfica da Serra da Ibiapaba. 2018. Disponível em: <https://www.cogerh.com.br/eixos-de-atuacao/gestao-participativa/comites-de-bacias-hidrograficas/comite-de-bacia-hidrografica-da-serra-da-ibiapaba.html>. Acesso em: 13 mar. 2018.
CURU, Comitê de Bacia Hidrográfica do. CONHEÇA NOSSA BACIA HIDROGRÁFICA. 2018. Disponível em: <http://www.cbhcuru.com.br/conheca/>. Acesso em: 13 mar. 2018.
JAGUARIBE, Csbh Médio. CONHEÇA NOSSA BACIA HIDROGRÁFICA. 2018. Disponível em: <http://www.csbhmj.com.br/conheca/>. Acesso em: 13 mar. 2018.
MEDEIROS, Cleyber Nascimento de et al (Org.). OS RECURSOS HÍDRICOS DO CEARÁ: INTEGRAÇÃO, GESTÃO E POTENCIALIDADES. Fortaleza: Ipece, 2011.
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