Por Virna Oliveira
● É uma prática que ocorre através da compra de terrenos, ou espaços sem uso, no aguardo de
melhorias do entorno, que possam valorizar e/ou aumentar o preço de venda de tal localidade.
● A valorização desses terrenos pode dar-se de muitas formas, como por exemplo, pela provisão de
infraestrutura (água, esgoto, energia), serviços urbanos (escolas e/ou grandes equipamentos
urbanos) e melhorias de acessos (construção de vias, sistemas de transportes, etc.)
● Uma abertura de nova avenida ou rua, pode transformar um terreno não muito bem localizado, em
um espaço mais lucrativo, por conta da facilidade de acesso.
● Um dos pontos negativos dessa prática, é que espaços vazios que poderiam ser utilizados de
maneira produtiva, ficam vazios à espera de investimentos no entorno.
● Esses investimentos não são feitos pelos donos dos terrenos. Na maioria das vezes são feitos pelo
governo ou por outros proprietários privados.
● Esse investimento em “terrenos de engorda” não gera empregos e não presta nenhum tipo de
serviço a sociedade.
● É importante ressaltar também, a diferença entre especulador e incorporador. O especulador
apenas espera e nada constrói, sendo esta a atividade do incorporador.
● Existe também outra forma de valorizar um terreno/espaço, sem modificar o seu entorno: criando
localidades piores, geralmente nas periferias, sem nenhuma infraestrutura.
● Com isso, o ranking de localizações é rearranjado, pela introdução de uma nova “pior localização”.
● Dessa forma, localidades que ainda são ruins, do ponto de vista de proximidade de centros de
comércios e prestação de serviços, tornam-se valorizados por não serem mais a pior das
localidades.
● Pessoas com rendas menores acabam por ocupar esses espaços mais desvalorizados, aumentando
seu tempo de transporte para chegar nos lugares onde tem serviços.
● Por conta dessa prática, os tecidos urbanos tendem a ficar excessivamente rarefeitos em alguns
locais e densificados em outros, gerando custos financeiros e sociais.
● Os serviços de infraestrutura ficam sobrecarregados em alguns espaços e subutilizados em outros.
Referências
DEITOS, Paulo. O QUE REALMENTE É ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA? 2015. Disponível em:
<https://urbe.me/lab/o-que-realmente-e-especulacao-imobiliaria/>. Acesso em: 02 abr. 2018.
LING, Anthony. Você sabe o que é “especulação imobiliária”? 2014. Disponível em:
<https://caosplanejado.com/voce-sabe-o-que-e-especulacao-imobiliaria/>. Acesso em: 02 abr. 2018.
NEGRI, Silvio Moisés. Segregação Sócio-Espacial: Alguns Conceitos e Análises. Coletâneas do Nosso Tempo,
Rondonópolis, v. 8, n. 8, p.129-153, out. 2008.
SABOYA, Renato. O que é especulação imobiliária? 2008. Disponível em:
<http://urbanidades.arq.br/2008/09/o-que-e-especulacao-imobiliaria/>. Acesso em: 02 abr. 2018.
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. Cap.7. São Paulo: Fapesp / Lincoln Institute, 1998.
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