Blog desenvolvido como trabalho da disciplina de Planejamento Urbano e Regional 2 do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, no semestre 2018.1. Aqui escreveremos artigos relacionados ao tema, propondo uma análise crítica e esclarecedora.

Mapeamento dos processos de especulação imobiliária e segregação espacial no bairro

Após a expansão do sistema viário para o leste, ocorreu acelerada especulação imobiliária, abrindo-se novos loteamentos, sem nenhuma fiscalização do Poder Municipal e com infraestrutura precária. Foram construídas residências de alto padrão, em lotes de grandes extensões.
Com isso, passam a ocorrer os problemas sociais provocados pela especulação imobiliária, com a expulsão dos contingentes de baixa renda para periferias distantes, surgindo também problemas ambientais, decorrentes da degradação ocasionada por aterros de riachos e pelo desmonte de dunas.
Mesmo com todos estes problemas, a possibilidade de fácil acesso a mais uma área de lazer em Fortaleza contribui para um aumento da procura por esta área, tornando-a cada vez mais conhecida e sendo buscada por aqueles que tencionavam tomar banhos de mar.
Em paralelo a estes conflitos de uso no espaço da Praia do Futuro, muitos investimentos eram direcionados às melhorias da praia e, com isso, outras finalidades de uso foram se estabelecendo, elaborando-se um novo espaço de consumo e especulação imobiliária. Assim, a Praia do Futuro surge como nova opção na cidade, que servirá como complemento às atividades de lazer anteriormente realizadas nas praias compreendidas entre a Praia de Iracema e o Mucuripe.
A diversidade da praia do Futuro é garantida graças ao comportamento diferenciado do mercado fundiário. Se na praia de Iracema e na avenida Beira-Mar, a construção do calçadão implicou incremento do preço da terra, naquela praia os preços continuam baixos. A particularidade explica a permanência das classes menos abastadas e a chegada de outros usuários que ocupavam zonas de praia mais valorizadas.
As favelas, os bairros populares, os apartamentos, as residências da classe média e da classe abastada coabitam neste lugar heterogêneo, com fraca taxa de verticalização. Ademais, a baixa especulação imobiliária permite continuidade das barracas nas zonas de praia, acompanhando toda a extensão do calçadão.
No mapeamento, consideramos que os terrenos de especulação, são espaços vazios (sem edificações), com muros e/ou cercas.
Mapa 9. Especulação imobiliária, vazios urbanos e assentamentos precários. Produzido pelos autores


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